
VIVA A ÁGUA
Meus senhores eu sou a água. Que lava a cara, que lava os olhos que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões que lava a piça e os colhões,
Que lava as damas e o que está vago pois lava as mamas e por onde cago!
Meus senhores aqui está a água que rega a salsa e o rabanete que lava a língua a quem faz minete.
Meus senhores aqui está a água que rega a salsa e o rabanete que lava a língua a quem faz minete.
Que lava o chibo mesmo da rasca tira o cheiro a bacalhau da lasca.
Que bebe o homem que bebe o cão que lava a cona e o berbigão
Meus senhores aqui está a água que lava os olhos e os grelinhos que lava a cona e os paninhos que lava o sangue das grandes lutas que lava sérias e lava putas!
Meus senhores aqui está a água que lava os olhos e os grelinhos que lava a cona e os paninhos que lava o sangue das grandes lutas que lava sérias e lava putas!
apaga o lume e o borralho e que lava as guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água que rega as rosas e os manjericos que lava o bidé, lava penicos.
Meus senhores aqui está a água que rega as rosas e os manjericos que lava o bidé, lava penicos.
tira mau cheiro das algibeiras.
Dá de beber às fressureiras lava a tromba a qualquer fantoche e lava a boca depois de um broche.
Manuel maria do Bocage.
Beijos molhados da vossa doce papoila
(Apostila 3 de Arcadismo - Literatura Portuguesa)
(Apostila 3 de Arcadismo - Literatura Portuguesa)